É quando procuro a tristeza que percebo
que faz parte de mim. Sempre fez.
É quando penso que fujo dela que ela mais
me aperta e me puxa a si. Choro, choro-te
na vontade própria de uma criança que deseja um
mundo inteiro. Abraço-te tristeza minha,
abraço-te se me abraçares, se entranhares no
brilho baço do meu pensamento. Preciso do aconchego dos teus braços vestidos
de lágrimas e prantos solitários onde o silêncio
é o mote de cada instante nosso. Preciso olhar
a tua mágoa e sentir o grito que em mim assombra
o triste sorriso fingido. Olha-me nos olhos e
abarca-me nas tuas mãos sem tempo nem história
para contar. Que interessa o tempo quando a alma
é eterna, quando o sentimento é linha traçada sem
começo nem fim. Não consigo esticar o céu,
não cabe em mim o tamanho-noite do teu toque negro,
nem o espaço interessa quando o que sou é nada
dentro de outro nada feito de nada.
Não me deixes, tristeza mansa.
Não me largues serenidade rasa, aperta-me a mão
e faz-me chorar contigo em corrente lenta
contrária ao rio da vida.
Não me deixes só...
By .*.Magia.*.