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Não há paz na lezíria

 
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NÂO HÀ PAZ NA LEZÍRIA

Estão a acordar D. Toupeiras
- Porque o Inverno já se vai
Já refizeram suas leiras!
Ai Meu Deus! Uma lá cai!

Não vejo nada comadre
Pare lá de dar patada
-Desculpe lá ó compadre
Que isto está uma poeirada.

D. Escaravelho grita alto
-Aqui quem manda sou eu!
D. Besouro em sobressalto...
Mas afinal que lhe deu?

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Já daqui embora me vou
- Já lá vem D. Cotovia!
Se sabe que aqui estou?
Já se me acaba o meu dia.

Nem D. Poupa hoje descansa
Anda pela lezíria, louca
Não lhe sai da lembrança
Que é Inverno e a comida pouca.

E ali na margem do rio?
Tagarelas vizinha com vizinha
-D.Alvéola cheia de frio!
Pede o xaile à D.Milheirinha.

Pousa D.Borboleta na flor
Sempre batendo sua asa
- Não vá o Sr. Açor...
Lembrar de sair de casa.

Enfim D. Toupeira sai suja
Nem vê bem por onde passa!
À espreita está D. Coruja
Que finge até achar graça.

Se a noite não espreitasse
E os gritos não ecoassem no ar
Talvez ainda me sujeitasse
-A ir ao arrozal jantar!

Isto é conversa da Tarambola
Que ainda hoje não comeu nada
Amanhã tem de ir p'ra Escola
-Sem a lição preparada...

Lá está D. Rã à escuta
É já manhã!
E lá vai ela à labuta.
Hoje vai ao arrozal
Sim! Porque afinal
Das lezírias é Senhora!
Todos a conhecem por ali
É verdinha, até um pouco loura.
E canta bem que já ouvi.

D. Perdiz anda ali perto
Cheia de ternura e Amor
Não pode andar em campo aberto
Está um dia de calor.
Tráz os filhotes consigo
E D. Àguia é um perigo.

E nas àguas do rio?
Há um peixinho brincalhão
Que vai numa correria
Atrás da mãe e do irmão
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E porque era uma vez
A história não acaba aqui!
Quem sabe um dia talvez...
Lhes conte mais o que vi.

rosafogo


Criança, hoje sou, como tal nada como mimar-me
a mim própria, fiquei até mais tarde acordada
sonhando que não tenho idade para dormir cedo.

Aos amigos que queiram ter a paciência de ler
e também à «POETIZA das CRIANÇAS amiga STEREA»
ela sim com um jeitinho especial, deixo esta
cantilena ternurenta.


Na plenitude da felicidade, cada dia é uma vida inteira.
Johann Wolfgang Von Goethe



 
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rosafogo
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Enviado por Tópico
Sterea
Publicado: 21/01/2010 17:07  Atualizado: 21/01/2010 17:07
Membro de honra
Usuário desde: 20/05/2008
Localidade: Porto
Mensagens: 2999
 Re: Não há paz na lezíria
Oh, Rosa, eu com a excitação da festa de anos, passei aqui e nem um "olazinho" deixei à bicharada!... Olha, os bichinhos adoram-te e quer-me cá parecer que ainda te fazem madrinha lá da lezíria toda! Coisa mais ternurenta! Tens uma facilidade incrível em escrever com a pureza da inocência e a magia das crianças! Adoro estes miminhos e sinto-me tua afilhada também!...

Beijinho da Teresinha...


Enviado por Tópico
jamaveira
Publicado: 21/01/2010 20:59  Atualizado: 21/01/2010 20:59
Da casa!
Usuário desde: 23/07/2006
Localidade: João Pessoa - PB
Mensagens: 329
 Re: Não há paz na lezíria
A ternura e simplicidade de um texto valorizam o autor e o torna a sua imagem e semelhança. Viva a infância que mora dentro de nós! Abç. > Jamaveira