Carrego em mim o brilho intenso
de muitos sóis,
de fins de tarde,
de sabedorias
colhidas em muitas vidas,
de ternuras de amores e sonhos.

Carrego em mim a incerteza
da eternidade da bruma dos tempos,
dos verdes prados estrelados de flores,
de terras cujos mistérios tentei desvendar,
das águas de rios, fontes, cascatas,
onde minha alma banhou-se,
dos mares que me levaram,
aos infinitos segredos que quis ocultar.

Carrego uma infinita
e intensa vontade
de viver sempre e entregar-me sempre
e desnudar-me sempre,
desfazendo os nós do fio que tece
os caminhos da vida.
Alinhavo encontros, despedidas,
teço idas e vindas,
lágrimas e sorrisos.

Nesse tear invisível da minha efêmera
eternidade
cada nó desfeito tem o mesmo amor
que os bordados tecidos...
Carrergo um tanto de esperança
que me abastece de coragem
quando preciso refazer as formas.

E brotam lágrimas...
E surgem soluços...
E rasgam meu peito gritos de dor
e risos...
Pelas sinuosas linhas deste tear,
estradas se formam
e nelas bordo minha vida...


Carla Patrícia
(em um instante de devaneio)



http://versos-do-vento.blogspot.com


 
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carlapathy
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 20/01/2010 00:39  Atualizado: 20/01/2010 00:39
 Re: Tear
Ola Pathy

A sua poesia foi para mim das mais belas da noite. Escreve muito. Um poema que considero inrrepreensivel

Vou favoritar porque é realmente um poema notável

Beijo azul