Atendedor de Chamadas

obrigada pelas tuas palavras que nunca decepcionam.

beijo

e teus comentários são de perfume intenso que me extasiam de prazer.

beijo daqui

amanhã vais fazer sol...prometeram!

beijo

assim é... as dicotomias da vida.

beijo

mas fazem jeito, tal como as mensagens pelo telemóvel que certamente usas quando estás lá sem estar... o que muda é o contexto.

beijo

também não gosto, mas que fazer se sempre existiram?

obrigada pela visita.

beijo

muito me contas, quem sabe um dia posto umas coisitas dentro desse estilo que tenho algures na gaveta de baixo.
deixo.te aqui o inicio...algo ainda muito por lapidar.

de costas voltadas.

Conheci-o da forma mais trivial. Veio jantar a casa do meu primo, amigos de longa data, que eu em tempos já o tinha visto, só eu o tinha visto, ele não me viu de cima do seu pedestal. Na altura eu era ainda um projecto a mulher.
Quando entrou e se dirigiu ao único ligar vazio na mesa, ao meu lado, vi um homem que me agradou, extravagante, viril, animal, ora ferido ora pronto a atacar. Um homem capaz de me embriagar, pensei. Pena ser tão convencido.

A meio do jantar, estávamos seriamente a discutir, de repente começou a rir, disse-me:
- Não me zango nunca seriamente, nem um pouco, com quem tem razão. Estou tão feliz neste preciso momento que estou com todas as cores à minha volta. Não estou a rir-me de ti, mas não consigo evitar, é que ficas tão bela quando te zangas.
Corei, e fiquei estupidamente desarmada, só consegui que saísse um »hmmm« que ele tão deliciosamente pronunciava durante a discussão e que me deixava simplesmente embriagada.
Neste momento todos os presentes já tinham percebido que ele estava bêbedo, que eu estava bêbada, e rimo-nos até às lágrimas.

Antes de o conhecer andava demasiada ocupada em dar sentido à vida, desdobrava-me em mil afazeres, entre os quais, o voluntariado, sobre o qual ele me perguntava se eu era a madre Teresa. Parecia estar a troçar de mim, mas eu sabia que não. Chamava-me idealista, revolucionária, romântica e eu zangava-me comigo mesma por lhe dar ouvidos.
Confundia-me. A disponibilidade para comigo, sempre tão presente, eu sabia que ele não andava menos ocupado que eu, andava sempre de um lado para outro, desdobrava-se entre “workshops”, conferências e projectos. Era um promissor arquitecto, no entanto arranjava sempre pretextos se encontrar comigo. Quando saíamos, dizia-me que eu lhe interessava, que aprendia comigo e eu não via porquê. Ele era claramente mais experiente que eu, e perguntava-me constantemente o porquê de perder tempo comigo?
Por vezes ele levava-me ao seu estúdio quando tinha que terminar algum projecto, mas trabalhava pouco. O estúdio ficava no último andar de um prédio antigo com uma panorâmica sobre os telhados da zona velha do Porto e podia-se ver o rio Douro num plano que apanhava a ponte d`Arrábida, era fácil perdermo-nos nela. Ele dizia que era em mim que se perdia . Não confiava nele quando me dizias coisas agradáveis, quando punha os seus braços à minha volta e eu pensava: « ok!, está a divertir-se com uma supertensa madre Teresa ». Um dia ganhei coragem e disse-lhe: « não devias tentar seduzir uma mulher que não sabe o que é sedução», ele segurou o meu rosto, olhou fundo nos meus olhos e respondeu: « se calhar sabes, só que não tens consciência disso», e afastou-se como se tivesse sido invadido pelo puritanismo que troçava existir em mim . Foi muito tempestuoso e eu fiquei consciente que o desejava.
Alguns dias após este episódio. ligou-me e combinamos encontro num bar. Cheguei antes da hora marcada para me assegurar do ambiente, já que não conhecia o local e de forma alguma queria transparecer qualquer tipo de insegurança que pudesse me denunciar.
Era verão, e após algum tempo na indecisão do que vestir, decidi por um vestido leve, que não sendo demasiado sofisticado pronunciava as formas do meu corpo. Olhei-me ao espelho pela última vez e em sinal de aprovação lá fui...(o resto está no segredo dos deuses que eu sou a guardiã.)


beijo

MJ

Li com agrado. É verdade que este texto precisa de ser lapidado, mas o seu conteúdo agarra e tem vida própria. Mais, pede continuação... pede que não pares!

Gostei, gostei e gostei.

Beijo
PAR

ehhehe! e não leste o resto...deixa que me auto.proclame, fica até bem de vez enquando. ehehhe!

obrigada pelas tuas palavras de apreço, mas escrever algo, assim, acho que ultrapassa a minha capacidade, eu não sou metódica, paciente e como tal sou um aldrabona...mas, se assim me der, vou postar o que tenho, que até já dava um livro...tenho que limpar o pó acumulado pq é de 2005
aqui vai mais 1 cadinho...

Quando cheguei, só algumas mesas centrais estavam ocupadas, num olhar rápido escolhi uma mais recatada e sentei-me. Senti que vários olhares colados enquanto atravessei a sala, confesso que não me senti lá muito á vontade, mas no meu intimo algo dizia-me que eu estava deslumbrante.
Acendi um cigarro. Um empregado veio ter comigo e pergunta se quero alguma coisa, peço um bacardi-cola , e enquanto virava as costas reparei que era um homem interessante- olhos escuros brilhantes, cabelo preto, pele morena, com uma boca sensual, e um corpo musculado. Acho que corei, pelas múltiplas imagens que a minha mente projectou, o que me valeu foi o local não ser muito iluminado e deu para disfarçar.
Enquanto se afastava perguntava-me o que fazia eu ali, tão longe dos meus ambientes habituais e ainda por cima com aqueles pensamentos tão pouco recomendáveis a uma menina/mulher de boas familias, é certo que já tinha bebido dois copos de vinho tinto enquanto me arranjava, mas isso não era desculpa.
Olho as horas, passa dez minutos da hora marcada, penso: « quem ele pensa que é para fazer-me esperar?», impaciente, olho para a entrada que se retêm por uns segundos interrompidos por alguém que nessa mesma direcção cumprimentava-me com um sorriso enigmático. Não tenho paciência para este tipo de situações e levanto-me para ir embora, debruço-me sobre a mesa para pegar a mala que estava no outro extremo, quando sinto um calor de um corpo demasiado próximo do meu, em sobressalto ergo-me rapidamente e um «hmmm» sussurrante ao meu ouvido que tão bem conhecia, diz-me: « Lembro-me alguns anos atrás teres um vestido parecido com esse que trazes, foi nesse dia que me apaixonei por ti».
Deixei-me sentar para não cair. Meus ouvidos não queriam acreditar no que ouviam. Ele em cima do seu pedestal tinha reparado em mim.
Os minutos que se seguiram foram um misto de embaraço e expectativa, jogos de olhares.
Em silêncio, explosões sucessivas de ardente desejo fluiu, naquele momento flutuei.
O empregado aproximou-se de novo, trazia com ele uma bandeja que entre uma garrafa de champanhe e dois flutes, trazia também uma caixa de madeira, fechada e de dimensões razoáveis, revestida a veludo, encrostada a cristais que brilhavam à luz das velas que ardiam em cima da mesa. Olhei para ele intrigada pelo conteúdo da caixa.
Assim que o empregado afastou-se, pegou nas minhas mãos e colocou-as em cima das caixa, segurando nelas com uma suave firmeza, senti um morno arrepio. Disse-me pausadamente em tom de voz que transpirava mistério: “ É para ti.” Abro a boca para falar, coloca a ponta dos seus dedos nos meus lábios em sinal se silêncio, e continua:
“ Escuta-me até ao fim...Tu me dirás se a queres ou não abri-la e quando, não agora!, agora é o momento para despertares para existência de uma outra dimensão, me dirás se queres ou não permanecer nela.”
Escusado será dizer que as palavras dele foram a chave da minha curiosidade e ao mesmo tempo o meu instinto felino latente.
Minha mente acelarada ditava vários cenários, eu vagueava por eles desenfreada.
Estava eu nesta vertigem, quando algo me chamou atenção. No meu campo de visão uma parede de pedra deslizava dando passagem para um sala contínua à que estávamos. Luzes de archotes acenderam e como por magia uma outra atmosfera respirava-se. A musica que chegava até nós parecia surgir das entranhas, sons tribais, uma aura animalesca, demoníaca parecia tomar contar conta daquele lugar. Subitamente penumbra, senti medo e ao mesmo tempo excitação. A mão dele segura a minha e meu corpo estremece. Puxa-me em sinal para o acompanhar, levantei-me. De mãos dadas fomos em direcção à nova sala, reparo que mais pessoas para lá também se dirigem. Ainda olhei para a caixa que permanecia inviolada em cima da mesa e sussurrou: “depois”...

beijo



beijo

MJ

Tal como pensei, parece-me um bom filme, isto porque como disse anteriormente tu constróis imagens. É natural que fiques com dúvidas sobre o que digo ou sobre a tua auto-confiança, mas se quiseres, aceita o meu desafio:

1. - Corrige um pouco cada texto.
2. - Coloca como episódios aqui no Luso-poemas e sente as reacções. Depois falaremos.

Beijo

pois, dúvidas quem não as tem, mas os textos que apresentei, são meramente experimentais, fazem parte de um todo que eu escrevi faz alguns anos e estavam esquecidos. tenho consciência que para seguir em frente tinha que o lapidar, mas confesso-te, falta-me essa disciplina na escrita. quem sabe um dia.

agradeço.te de coração.

beijo

como sempre teus comentários enche.me a alma.

obrigada

beijo