Adaptei-me ao teu rosto sorridente,
as faces rosadas e hà mão quente,
ao aperto do corpo quase inocente
ao beijo arrancado facilmente.
Aos sons das portas que fecham,
que nos vidros transparentes deixam
ver teu vulto iluminado de frente
como se fosses embora para sempre.
Agora eu preciso de um tempo meu,
o silêncio parado tormenta-me
e o barulho ausente incomoda-me
deixei de ver o vulto seu.
Sobes escadas pensando em mim,
fico sentada sentindo os passos,
tão leves como neve branca assim
que cai no chão e pequenos pedaços.
preciso de um tempo para reflectir
sobre os sentimentos que conquistei,
não posso falar do que estou a sentir,
eu própria falar -te não sei.
Iolanda Neiva
(muitas vezes falo só para mim,
e escrevo para que alguém me ouça)