PERFIL OU POEMA OBSCENO

caro amigo,

foi exatamente isto que eu quis passar. com palavras cruas, que podem até parecer agressivas, mas na verdades são sofridas. eu diria que este poema é um canto de dor.

abração,

j.

vou lhe confessar uma coisa, eduarda: ao ler o seu comentário, bastante sensível, constato que quem teve preconceito com este poema fui eu. porque usei o obsceno no título como defesa, por conta de algumas palavras que os mais moralistas aqui não gostam - e execram. adorei o que você escreveu.
obrigado,

beijo,

j.

este poema jorrou como um vômito.

beijo,

j.

linda diana,

eu não escrevi este poema. eu o vomitei com fúria e indignação.

j.

maria alexandra,

ando cansado do júlio que em mim respira. qualquer hora dou fim a tudo.

beijo,

j.

dá um fim àquele que quer dar um fim a tudo.também me cansa,sabias?exaspera-me.porque gosto muito mais do outro.do que brinca,se emociona,ama,e vê o sol no meio da tempestade.

eu precisava, domingos, escrever este poema, com palavras pesadas - e assim como veio, ficou. é o meu mais perfeito retrato.

j.

este poema, conceição, é um vômito, entalado em mim havia tempo. foi preciso que eu enterrasse minha mãe para escrevê-lo. sei que há palavras pesadas e que também fere estética. mas até aí, minha querida amiga, dane-se a estética.
carinho,

j.

maria ivone,

tudo onde aparece o vinícius me comove. foi uma das melhores criaturas que conheci na vida. tive o privilégio de beber com ele e privar, principalmente, da amizade do poeta da paixão, como ele foi chamado - não gosto quando o chamam "poetinha", ainda que carinhosamente, e sei que ele também não gostava, embora não dissesse nada. vinícius, e quem o conheceu de perto sabe, era incapaz de magoar uma barata, embora magoasse a si próprio com a vida desregrada que levou, feita de amores desencontrados e muita bebida. esta gravação do Soneto de Separação, feita com o jobim, é de todas a mais bonita. vinícius diz o poema quase que chorando - ou chorando até -, porque na época vivia uma de suas tantas separações - "fomos enganados pelo tempo/e o amor chegou tarde demais/ e a paixão é sempre um sentimento/que a separação não deixa em paz", ele escreveu, por conta dessa separação, como se já não estivesse calejado com isso (foram nove casamentos ao todo, fora as escapadas). a camisa vermelha, que aparece na foto, eu conheci...rs rs...era horrível, mas ele a adorava.

grato, flor.

carinho,

j.

este poema foi escrito com bílis, maria joão.

beijo,

j.

nós, amigo hélder, que nos dedicamos a este
ofício de escrever, temos a obrigação de trazer a revolução na ponta da língua - "a mão que toca um
violão/se for preciso faz a guerra/mata o mundo e fere a terra"( de uma canção dos irmãos marcos e paulo sérgio valle, composta na época da ditadura militar no brasil).

abração,

j.