Como uma dízima!!
Você já teve um filho? Não teve? Mantenha a tranqüilidade! É só uma questão sexual! Veja como é!!!
Como uma Dízima!
Gente esperando no hospital andando para lá e para cá. O estado nervoso é de predominância em todas. A espera é difícil, mas a gente espera sangrando e não há outro meio: aguardar. É como estar numa fila longa de banco e o interminável esperar. Ainda mais quando você é o próximo da fila e os que estão sendo atendidos nos caixas começam a demorar, porque tiraram da bolsa todos os documentos do mundo para num só dia pagar. Este fato provoca na gente uma sensação de abandono e de menosprezo.
No hospital é muito pior, só você está com pressa, os profissionais que trabalham lá não parecem ter a mesma pressa. Os médicos andam rápidos, porém sem pressa, é possível ver até alguns contando piadas ou até mesmo conversando sobre futebol enquanto atende um paciente. Se você leitor já passou por isso, sabe do que eu estou falando. Acredito até que seja normal, é o local de trabalho dele! Quem não falou de futebol, músicas e outros assuntos alheios a sua profissão no seu local de trabalho?
Mas quem está esperando, não quer saber disso! Ele quer que o seu problema seja resolvido. Quando a gente nasce é assim! O pai fica andando no corredor para lá e para cá num desassossego, enquanto a mãe passa de médico em médico para a avaliação do quadro e da preparação para o parto. O amigo leitor e a amiga leitora já passaram por isso com certeza. Se não, com certeza, também vai passar, esse é o caminho sexual de todos. A diferença é como se lida com o estado nervoso.
Quando apontamos a nossa cara para o mundo pela primeira vez, não demora muito para aparecer algum tipo especulação, os exemplos são comuns: É a cara do pai, também ao contrário, é a cara da mãe! O vovô, também, solta a sua frase “é a minha cara”, a vovó não fica atrás. Quando se chega em casa, os irmão também já entram na disputa e ganhamos aparência dele em segundos. Nesta escala, é possível que até o vizinho queira ter cara no bebê, entretanto só não fala a frase por uma questão de ética. Em suma todo mundo quer ter a cara na criança.
Quando vai para pré-escola então, é até bonito de ver. No primeiro dia vai a família inteira: A mãe, o pai pede até dispensa do trabalho, a avó, o avô, até aquele vizinho gostaria de ir, não vai, entretanto curte a frustração de não ter ido. Depois que a criança passa o portão de entrada, fica aquele desassossego em todos, até que a criança apontar de volta pelo portão de saída.
A professora sofre, no primeiro dia de aula, uma metralhada de perguntas sobre o comportamento da criança quando longe dos pais ou da comitiva presente. Quando vai para o primeiro ano escolar, já na fase de alfabetização, é a mesma coisa, lá está a mãe. Às vezes o pai e outras a avó. Aquela aglomeração de gente da fase anterior já não existe mais. Agora é apenas um e basta!
Quando chega o momento de freqüentar o sexto ano, nesta fase é que a criança vai conhecer aquela multidão de professores, então se inicia o processo de angústia de novo, a insegurança é mais dos pais do que dela. È possível ver até pai entrando na sala e escolhendo a carteira em que o filho vai sentar. Ele está mais nervoso do que o filho. À medida que o tempo vai passando, os pais vão relaxando, relaxando, relaxando que quando o filho já está no ensino médio, nem aparece mais na escola e alguns ficam até bravo, se a escola liga para casa para contar das peripécias dos filhos. Isso é privilégio de pais! Não podemos abrir mãos dessas informações! Temos a obrigação de saber o que está acontecendo com os nossos filhos.
Se voltarmos lá no início deste exercício raciocínio verificaremos que toda aquela preocupação com a criança, comparada com a postura de agora, poderiamos até pensar que as pessoas que queriam ter a cara naquela criança, de certo modo, desistiram ou as caras, agora, estão todas deformadas e não se assemelham a ninguém. Agora, nesta fase, parece mais a cara de abandonado.
Este quadro faz lembrar uma Dízima Periódica, na qual após alguns números a repetição de um outro algarismo é uma constante. Quando isto acontece para a gente, durante este cálculo, fica num desânimo e aceita como resultado definitivo o algarismo da terceira casa e abandona o resto da operação. Filhos são seres humanos, nunca uma operação de divisão. Se fosse para usar a visão da matemática, ele estaria mais para uma operação de soma do que para outro tipo: Atenção + Educação = Filhos.
(Santiago Derin)
Exercitar a leitura é alimentar o intelecto!!!