A vida é open source
Só poucos fragam a linguagem.
Insista na saúde
E a doença se avexa
Invista na unidade
Que a diferença se aprochega.
O poeta dizia ó candura
Ó doce bálsamo da noite silente
Brilha no céu a estrelha do crepúsculo
E o estampido grave mór dissolve as fronteiras.
Quando ainda a imaginação era livre
E a medicina era o atino do hábito
Quando ainda o som era cor
A magia era são objetivo.
Depois a academia modelou o entrave
O mundo saiu de dentro do bicho
E a vida da areia foi esquecida
Amor ao sol chamaram culto pagão
Amor à luz chamaram cega maldade
Era a vez da vingança do ciúme
Guardaram a inteligência numa caixa
Marraram fita em volta e cunharam deus.
Então o artista nutriu ódio
O cético trêmulo desistiu do infinito
Mas os pássaros ainda cantavam
A chuva ainda caía tilintante
A mentira se achou verdade
A ilusão se fez de bondade
Mas os punhos se cerraram
Contra a ode incerta do medo.
No oblivion da quinta-feira banal
Quis dançar e relembrar
Da cura de toda ginga
Do bom calor da dor.