São tantas,
As coisas que eu te digo…
Quantas,
Porque fazem sentido.
Outras tantas,
Porque sei, como as queres ouvir!
De quanto tu precisas,
Que eu te as faça sentir…!
É esse teu olhar suplicante,
Que me faz as repetir…
É numa incoerência, sem par,
Mas, desde, que eu te faça as sentir,
São a verdade assimilada!
São o sustento do teu estar,
Tal é essa fome, que tu sentes,
Que eu te faça sentires-te amada…!
São alimento, na tua insegurança;
Nesse teu medo…
Nesse, tremendo, horror,
Que tu sentes do degredo!
Tu ficas apavorada…
E perante tanta dor
E em, suplicante, ansiedade,
Como eu te vejo fragilizada…!
Recordas-me a rosa, que te dei.
Como ela resplandecia, naquele canteiro…
A sua cor
Era a do amor verdadeiro!
Agora, enche o teu coração, com mais um nada…
Ela era sentimento,
hoje, é só fantasia,
é uma, outra, ilusão alimentada…!
Bem fechada na tua gaveta,
com que carinho tu a guardas…
Velha e tão ressequida!
Tal e qual tu resguardas,
este meu sentimento, sem vida…
Perdeu a cor e seu perfume
e quanto tu a olhas, encantada.
Como eu te vejo, tão perdida…!
Em nossos sorrisos debatem-se
a tua doçura e o meu vazio…
É como, quando, as nossas mãos se tocam,
Num meu tocar, sempre, tão frio!
Deixei-as tomarem-se, pelo esquecimento…
E sentem-se, por isso, atordoadas,
Pela ausência, no meu sentir,
Daquele belo e tão doce sentimento…!
apsferreira
apsferreira