O prazo era algoz
Corria que corria
Ia tirar o pai da forca
Mas a platéia vítrea
Não deu passagem.
O zunido era atroz
Mil monólogos de buzinas
Pelo incidente imprevisto
Levou ainda bela multa
Ao ralentar desgraça alheia.
O peixe gordo ia à foz
Estancou na correnteza
Pelejava reto ao velho lar
Turbinas impediam avançar
Piracema ressecou salgou.
O marsupial e sua noz
Agarrados na tempestade
Trovões de troncos quedados
Afligiam na rubra alvorada
Banhavam de fogo e enxofre.
O menino de fina voz
Queria só era crescer
Veio mestre e palmatória
Fez piada do tal querer
Restava apenas envelhecer.
A alegria era feroz
Conheceu a solidão
Amizade do avesso
Quietou empolgação
Fez de nobre o tédio.
O pensamento tão veloz
Desceu do bom corcel
Foi tomar uma cerveja
Arrotou fel de desilusão
Fez meiavolta se enterrou.
Voava alto o albatroz
Viu longe ouro reluzir
Mergulhou em ambição
Pepita fatal o perseguiu
Do estilingue do capital.
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