Poemas : 

[abro a cidade quando o olhar]

 
abro a cidade quando o olhar
se abre para a cidade
e procuro nos bolsos da língua
a palavra
que de tôdalas cousas me aproxime

e ao dizê-la
sinto-me dono da palavra
mas não dono de tôdalas cousas
que cada palavra encerra

como se as cousas fossem aves
e a palavra costelo


Xavier Zarco

 
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Xavier_Zarco
 
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Enviado por Tópico
Alexis
Publicado: 13/01/2010 18:54  Atualizado: 13/01/2010 18:54
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 Re: [abro a cidade quando o olhar]para xavier
às vezes sinto o contrário.dona de tudo,menos da palavra.como se não houvesse palavras para nomear esse tudo.por isso as junto de forma rara,na tentiva de recriar o impossível.mas penso perceber esta sensação também...a de que cada palavra encerra em si algo que não possuo e que me ultrapassa.aves fugidias são,afinal,as coisas e as palavras.e o poeta apenas vislumbres tem.
se cada língua é um olhar e conforma uma "realidade",que dizer da linguagem poética?que pretende ser um olhar "outro",livre de todas as contingências?

anyway...beautiful poem.beautiful words.bonito olhar.bonitas imagens.e uma bela melodia.

Enviado por Tópico
Conceição Bernardino
Publicado: 13/01/2010 19:00  Atualizado: 13/01/2010 19:00
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 Re: [abro a cidade quando o olhar]
olá Zarco,

não é nada fácil juntar as palavras e fazer poesia...unir sentimentos num só hino.
belo

beijo

Enviado por Tópico
AntóniodosSantos
Publicado: 13/01/2010 21:53  Atualizado: 13/01/2010 21:53
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 Re: [abro a cidade quando o olhar]
...esse é um dom que o poeta possui... ser dono das palavras com que descreve o mundo das cousas e dos sentimentos... e que com sua inspiração dá alma ao poema...

Gostei deste poema...

Reitero os votos de um 2010 com muita Saúde, Paz e Amizade...

Com um abraço do Amigo

António dos Santos