N’água em que deságua meu amor,
Sem mágoas vou seguindo pela vida,
Nas fráguas desta lua, aonde eu for,
Imagem permanece tão querida,
Pudesse guardaria num andor,
Mas quando vejo a história decidida,
Minha alma totalmente entorpecida
Procura noutro canto por calor.
E sabes que te quero, não discuto,
O amor quando se perde, em pleno luto,
Reluto e não consigo me encontrar,
A pedra mesmo bela, sendo bruta,
Deveras o desejo só desfruta
Se a mesma com desejos lapidar...
Marcos Loures