enfenece o poema quando o duze
com esprém espreita a língua
enfenece o poema porque é língua
canto pulsação
agora é bilíngua
a língua em decreto
ah ato acto fato facto
nem ato nem desato no meu acto
de te escrever
enfenece o poema digo o duze
com seu fato de gala consuma
o facto de seres bi
talvez não bilíngua
mas por erudição bissexual
o duze lê consome woody allen
e tem pena de ti não te quer ver
ò língua sozinha à sexta-feira
triste pela noite adentro
porque em decreto ò língua os teus pés
os teus pezinhos ficam bem quentinhos
por toda a noite toda a noite ò língua
Xavier Zarco