(Quando a noite chega)
Esta escuridão
Apagou meus olhos e,
Colocam-me a ouvir o clarão
Que me alucina esta noite
Um nublado silêncio
Coberto em ar rarefeito
Mudando os desejos aos toques do inferno
Dando injetadas desnorteantes
Nas razões da minha alma
No brado da sonoridade
Fincado pela superfície do abismo
Onde se esvaziou esta noite,
Concebe-se ao ar o seu aroma
Transformando iluzões
Nas infernais vizões do pesadelo
Onde depois do entardecer
Faz descancar o sol aioro
Queimando e penetrando
Na terra bem lá no fim do horizonte
E sempre indagando-me a viajar,
Pelas estrelas, que vem chegando e aconchegando-se
Nas encostas do ceu noturno da escuridão
Bem pertinhas umas das outras
Fazendo um magico efeito profundo
No imenso arco azul do espaco
Do silêncio e de meus pensamentos
Por onde viajam ao infinito
Envolvendo-se
Na palma da minha mão,
E que sempre me dão
Um horizonte desnumbrante
Aonde sonhar
Nas raizes do céu e do inferno.