Do coração perdido em vã neblina
Apenas os sinais que ainda escuto,
Eternas fantasias dizem luto,
Enquanto a realidade nega a sina.
Percorro este caminho que alucina
E bebo cada gota, mesmo bruto,
Quisera ser quem sabe, mais arguto,
Porém a solidão se faz em terna mina.
Interno meus demônios e os devoro,
Nas veias pouco sangue e muito cloro,
Esgarço-me deveras, cauterizo
As marcas que talvez ainda trague
A morte que em meus portos já deságüe
Tramando em cada canto, este granizo...
Marcos Loures