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ECOLOGIA E MISÉRIA

 
 

Como vive determinado povo? Quais são suas reais condições econômicas? Existe justiça salarial?Este tipo de questionamento, algumas vezes esquecido, outros propositalmente não lembrados por preservacionistas de diversos matizes, ajuda a esclarecer muito dos problemas ecológicos com os quais nos deparamos.

População relegada ao analfabetismo sujeita a salários aviltantes, normalmente quando vive fora dos grande centros urbanos,vai tirar do meio ambiente próximo condições de sobrevivência. Não é de modo algum uma raridade ou uma aberração imoral,o extermínio de avoantes, calangos no nordeste carente. Não existe legislação que impeça o homem de conseguir, de alguma forma,legal ou não, o alimento que vai propiciar a manutenção da sua vida e de seus familiares. Achar indivíduos que executam caça ilegal, apesar dos riscos, não é tarefa difícil. Matar, prender, estropiar esses caboclos é tarefa inútil, a miséria tem um ventre muito fértil!
Indeferir a instalação de alguma indústria, por mais poluidora que seja, é sempre uma decisão indigesta para qualquer governante de país não rico, onde são prementes as necessidades de emprego, com veneno ou sem ele. Não podemos, em geral, nos dar ao luxo de rejeitar o tipo de industrialização que nos é imposto. É preciso dar emprego a um contingente crescente de indivíduos que aportam no mercado de trabalho. Altas taxas de crescimento demográfico, características da pirâmide populacional de países em vias de se desenvolver ou de países subdesenvolvidos, é sinônimo de agressão ambiental. Cada novo cidadão que desembarca em nosso planeta, e infelizmente essa invasão é perpetrada hoje, exclusivamente, no mundo pobre ou quase pobre. Como lastro traz gama enorme de carências que precisam ser supridas: alimento, escolas, trabalho, moradia, hospitais, etc. E isso ninguém tira da cartola, como dão a entender cer-tos políticos em período de eleição. Sempre custam mais terras virgens para a agricultura, em que pese o aumento da produtividade das já em uso. Custam terras onde serão edificados prédios indispensáveis na satisfação das novas necessidades. Resultado: mais desmatamento, menos espaço para animais e plantas, mais pressão sobre reservas indígenas e biológicas, mais erosão na poupança dos mais pobres, etc.

Todavia esse ciclo de miséria e destruição é finito por sua própria natureza, já que o planeta não é um latifúndio sem limites e já apresenta sinais claros de esgotamento. Como dá pra perceber, miséria e proteção à natureza são incompatíveis. Um fato passado, alguns anos atrás, no zoológico de uma grande cidade brasileira, onde vários animais foram churrasqueados por moradores de bairros carentes próximo ao mesmo, enfatiza de forma trágica, essa incompatibilidade visceral. Políticas preservacionistas que levem, somente, em conta a ciência ecológica e a repressão em meio à miséria, além de pouco inteligente, cheiram a poesia obscena! Educação e melhoria efetiva das condições de vida fazem retroceder a indigência e com isso tornam coerentes projetos de preservação e recuperação ambiental.




 
Autor
Frederico Rego Jr
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 02/02/2010 22:19  Atualizado: 02/02/2010 22:19
 Re: ECOLOGIA E MISÉRIA
Lucidez e inteligência. Parabéns!!!
Que muitos possam compartilhar de texto tão importante.
Carinho,
Má.