Seis da manhã.
Noite negra e cerrada.
As gaivotas chegaram antes da tempestade
irada.
Prenúncio de mau tempo
no canal!
E o caudal
do rio que do fio de água
que na montanha nasce
e desce
pela encosta abaixo
até encontrar a face
da planície, se expande
e cresce.
E o silêncio dos passos
esquecidos
nas pedras rugosas e frias do convento.
E os mares que rebentam
as ondas no silêncio
de quem faz da noite os dias.
Quando cai o grito no silêncio
e os joelhos se dobram
sobre a neve,
os dedos crescem nas palavras
do poema
que a noite teve.
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de Alvaro Giesta (entre a Terra e o Céu)