Vejo borboletas volteiando em torno de ti.
Beija-flores furtando néctar em teus lábios.
Aninhado em teus cabelos vejo um colibri;
Como vejo outros tantos tipos de pássaros.
Nos dentes de nácar cravados de cristais,
Vejo sóis de resplandecentes sorrisos.
Ali meus olhos encontram o paraíso,
Repleto de plantas e outros animais.
Vejo mãos alvas como montes nevados
Falanges rosadas adornada pelos anéis
Voz de sibila, bálsamos sagrados e méis
Colo marmóreo de colares prateados!
E o vestido!
Aquele por mim confeccionado
Nas noites tristes de fria solidão
Com luas esmaltadas e estrelado
Tecido com fios de ouro e algodão!
Uma rosa trazia presa aos cabelos
Calçava sandálias cravadas de safiras
Nos punhos trazia pulseiras argentinas
As costas os caracóis loiros em novelos!
Tudo isso imagino e assim eu vejo
Tudo para te exaltar e te enobrecer
Vejo daqui subir até as águas do Tejo
Tudo eu vejo. Só não mais você!
Gyl Ferrys