Chega a saudade
beijando minha mão,
peço-lhe em sinceridade,
por favor, leva-me pela mão.
Vejo chuva, como uvas
que se desfaz em tua boca,
tanto o frio, veste luvas,
em dedos de teu corpo de louca.
Vejo tudo de luto,
o preto só se distingue em branco,
para respirar todos os dias luto,
na rua sento-me num banco.
Sou uma criança
que caminha por aí sozinho,
estou abandonado, é medo,
não saber qual o meu caminho.
Então espero um outro momento,
para que veja a tua mão,
se a chuva parar e acalmar o vento,
talvez possas levar-me pela mão.