Ainda agora o crepúsculo
Em intensos matizes
Coloriu a abóbada celeste
E como em um palco de teatro
Surge a amada lua, linda e graciosa
Reluzente, no espelho da baía
A tarde morre mansamente
E as ondas espalham conchas e desejos
Na areia, sob a face do luar na praia
Ainda agora mirei o céu anil
Garças, nuvens cirrus, aviões
E sinto no ar, uma doce brisa de espera...
À noite chega e brilha teu rosto
E os rios partem do coração, inundam meu ser
Palpitação e a vontade de lançar-em em teu mar
Ainda agora pensei na transição
No intervalo mágico dos fenômenos
E o amor - posto que é chama imortal
- sempre surgirá:
... em um olhar apaixonado
... em um doce beijo
Ontem, hoje ou amanhã...
Por isso te espero,
Mas, não te demores!
O amor precisa ser irrigado
Para tornar a vida plena, em cores e flores...
AjAraújo, o poeta humanista, escrito em Janeiro de 1980, revisitado em Janeiro de 2009.