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83

 


. façam de conta que eu não estive cá .


diziam-me do vento as mãos de cal, em sombra de relva, falavam-me de dentro do peito como se desenterrassem as palavras, como quem assim escavasse fundo buracos ou lavrasse os sentidos. [ é de noite que se ouvem os grilos a comerem silêncio]
às vezes era a tristeza da noite que me coagulava os medos, quando sentada ao pé das mãos ficava na espera de quem espera um coração. é dicícil acreditar da noite o dia seguinte quando não se tem onde meter a solidão.
 
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Margarete
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Enviado por Tópico
António MR Martins
Publicado: 08/01/2010 22:58  Atualizado: 08/01/2010 22:58
Colaborador
Usuário desde: 22/09/2008
Localidade: Ansião
Mensagens: 5058
 Re: 83
Mar,

83 noves fora é 2. Dois: a noite e o dia ou a diferença entre os dois sentidos. A fuga à solidão pelo 2 e a certeza das tuas palavras, constante valor para quem as lê...

Beijinho

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 08/01/2010 23:07  Atualizado: 08/01/2010 23:07
 Re: 83
escrever profundo desenterra diamantes.

bjs

Enviado por Tópico
JoseRoque
Publicado: 08/01/2010 23:38  Atualizado: 08/01/2010 23:39
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Localidade: Braga
Mensagens: 68
 83 à margarete
não é fácil escavar os teus sentidos, ao senti-los lavrar-me as sensações. desabam as tocas dos grilos libertando-os no silêncio da noite, desabam-nas as mãos caiadas que não vejo, mas que ouço trazerem-me as palavras do coração. lá para o fim as frases são feitas de distância, dum querer que surja rápido o abraço de amanhã.

beijo para ti.

henrique