A multiplicidade dos anseios
Levando aos meus delírios, nada traz.
Deixando bem distante, alguma paz,
Fomenta a cada passo, vãos receios.
E sinto a gelidez dos velhos seios
Da morte que desnuda, é mais voraz
E teimo, sendo às vezes tolo e audaz,
Buscando soluções em novos veios.
Mas tudo o que imagino é sempre em vão,
Abrindo sob os pés, assim meu chão,
O rastro da ilusão; já não persigo.
No verso costumeiro, a solução,
A cada novo dia, a negação,
Tramando por final, meu desabrigo...
Marcos Loures