Há um quê... nesse teu olhar,
Que me eleva ao infinito,
Faz de ti um principe
No meu condado
Em trono sem rei.
Esse quê... de um olhar terno,
Onde eu queria para sempre morar;
Fazer um rio de água doce,
Sem lágrimas salgadas.
Há nesse teu olhar...
Pedaços de nós,
Trancados num pensamento
Espairados no firmamento
Levados pelo vento
Aos quatro cantos!
E ainda, nesse teu olhar,
Uma quietude morna...
Que em mim vem habitar.
E é nesse teu olhar
Que me sinto enroscar;
Te pressinto caminhar
Em pegadas de veludo,
Onde, de leve vens repousar,
Teu corpo cansado...
Em meu regaço.
E num repentino abraço,
Pouso o meu... no teu olhar
Cecília Rodrigues