Poemas -> Reflexão : 

Não culpes as margens

 
Não culpes as margens, rio
Do teu correr enraivecido
E das lutas por ti travadas.
As margens e o leito
São braços que te amparam
Nas difíceis caminhadas.

Acalma!
Calmo és espelho
Onde as tuas margens
Se miram
Se penteiam
Te beijam.

Atenta rio!
As tuas margens
Que com posse tomas
Como tuas
Desgatadas e humilhadas
Um dia, largar-te-ão
E as tuas fúrias
Apenas lamaçais sujos
Serão.


Quisera eu ser poeta
Quisera eu ser pintor
Escrever telas e pintar poemas
Escrever, pintar, pintar,escrever
A humanidade com muita cor

 
Autor
adelaidemonteiro
 
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Enviado por Tópico
antóniocasado
Publicado: 07/01/2010 18:41  Atualizado: 07/01/2010 18:41
Colaborador
Usuário desde: 29/11/2009
Localidade:
Mensagens: 1656
 Re: Não culpes as margens
Ola

Que dizer do poema senão que... Está belo!
Por vezes culpamos quem nos ampara, é verdade.
"Um dia largar-te-ão
E as tuas fúrias
Apenas lamaçais sujos
Encontrarão".
Lindo!

antóniocasado

Enviado por Tópico
Sterea
Publicado: 07/01/2010 19:53  Atualizado: 07/01/2010 19:53
Membro de honra
Usuário desde: 20/05/2008
Localidade: Porto
Mensagens: 2999
 Re: Não culpes as margens
É só uma perturbação passageira, Adelaide... Ele volta sempre ao colo original, que lhe perdoa sempre a indomabilidade, como mãe estremecida... e é vê-lo, amansado e azul, brincando de céu...

Beijo, belo poema do (nosso) rio-vida...