Julgara ser possível gozo e festa
Aonde nada planto, sem colheita,
Tirando a lingerie quando se deita,
A moça ao meu desejo já se empresta.
Olhando pela porta, simples fresta,
Minha alma com certeza se deleita
E dorme, descansando satisfeita,
História de um voyeur, decerto atesta.
Clamando pelo corpo tão distante
Embora uma parede nos divida,
Assim vou prosseguindo a minha vida,
Ausente, mas presente e em sonho, amante,
Pecado é não viver tal fantasia,
A noite se repete todo dia...
Marcos Loures