O que fiz com o amor
quando o tive em minhas mãos?
Por que se transformou em tantas
lágrimas, deixando marcas no rosto?
A última chance de ser feliz
se fez em inúmeros pedaços
como o cristal ensurdecido
pelo som inusitado, e já não havia sol.
As sombras da noite sem estrelas
desceram sobre o meu coração
e fizeram pouso em minha alma,
verdadeiro ninho de melancolia.
Você, eu, caminhos conflitantes
desentendimentos, amarguras,
traços secos de sentimentos
tumultuados, de risos contidos
Perdi seus abraços em tardes mortas
e quando o luar amarelou nosso beijo
deveras se foram os resquícios de algo
nascido para ser infinito, eterno.
Gilbamar de Oliveira Bezerra