Sonhei que estava num navio
Singrando alto mar mui veloz...
Tão triste!... Sentindo-me tão sozinho...
Portando uma dor ferina e feroz!
Só eu e o navio entre os dois azuis
Infinitos: O azul do céu e o do mar,
Numa busca querendo me encontrar,
Quando vi ao longe um ponto de luz!
Nada distingui no primeiro momento
Apenas brilhava um ponto no espaço
Que ia crescendo, crescendo, crescendo
Até formar um sol de brilho fantástico!
Eras tu, minha flor cheirosa e amada,
Que vinhas transparecendo esplendor
Radiante como uma jóia rica e rara
Inundando-me de luz e de muito amor!
Eras tu, rainha dos castelos sonhados,
Dona da minha alma e do meu coração!
Vinhas como um anjo dourado e alado
Sorrindo me guiava na correta direção!
De repente tudo ficou turvo e mistério
Nuvens de um furacão, ao longe avistei.
Chegou afundando navios e os castelos
Que dia a dia construí e onde eu era rei...
Tanto foi o meu choro que foi escutado
Pelos homens, os peixes e os pássaros.
Tantas foram as lágrimas que eu chorei
Que, sentindo meu corpo de suor molhado,
Acordei.
Gyl Ferrys