Ninguém liga ao catecismo,
Que outrora era ensinado.
Por isso é grande o cinismo,
Por que me vejo rodeado.
Sempre fui um bom sacana,
Mas não o fazia por mal.
E já ninguém me engana,
Já puz um ponto final.
Ao escrever desabafo,
O que me vai cá na alma.
No dia a dia me estafo,
Só é preciso é ter calma.
Já não acho muita graça,
Ao que sempre me acontece.
Só me acontece a desgraça,
E sempre ela prevalece.
Querem pôr velas acesas,
Quando nunca estás á espera.
A vida é só surpresas,
E a tua alma desespera.
Surge sempre o inesperado,
Quando tu não estás á espera.
O teu corpo fica parado,
E a tua alma desespera.
Não consegues reagir,
Tens a mente paralizada.
A sorte começa a fugir,
E não podes fazer nada.
Só te querem é pôr velas,
Como se estivesses a morrer.
Na vida há coisas belas,
Que nunca chegas a ver.
Ficarias admirado,
Se visses a realidade.
Até ficavas espantado,
Ao ver toda a maldade.
A vida é cheia de surpresas.
E tu nunca vais saber,
Se terás velas acesas,
Quando o teu corpo morrer.
No meio de uma revessa,
Isto é sempre nocivo.
Mas isso não interessa,
Enquanto tu estás vivo.
Interessa-te muito mais,
O viveres descansado.
E não viveres jamais,
Sentindo-te ameaçado.
Enquanto por cá viver,
Interessa é não estar doente.
Porque depois de morrer,
Teu corpo já nada sente.
O peso vai-te na alma.
Mas houves sempre dizer:
É preciso é ter calma,
É um modo de viver.
Dão-te sempre bons conselhos,
Aos quais tu nunca ligas.
E quando te nascem chavelhos,
É que depois fazes figas.
Tu sentes-te uma nulidade,
E a tua alma desespera.
E passas uma eternidade,
Ficando sempre á espera.
É preciso é ter calma.
Continuam-te a dizer.
Sem verem que a tua alma,
É que está a sofrer.
Os que estão sempre a dizer,
Que é preciso é ter calma.
Nunca chegarão a ver,
O que vai na tua alma.
zeninumi 7/7/2007
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