Talvez a lágrima não segure a mão que escreve a desdita de todas as teorias, quebradas por enfeites geométricos e traçados nas margens dos rios putrefactos de raízes algemadas de palavras impostas e lamentos desiguais de parada. O areal se desfeita em ferida acossada e o mar se envolve em tempestade faroleira, luz de algum peregrino que atou a ponta das preces e dialogou o Deus, sem oração a declinar. Ouviu a prece dos aflitos, e o mar se acalmou da ira e se tornou liso, sem profundezas míticos ou olhares submersos de loucura. Nesta dualidade entre o homem e a natureza pairam ainda voos a meio tons que não sabem o poiso do lado onde pensam a vida, como obliquidade de todos os passos que desconhecem como razão. Neste momento que passou, passaram árvores e nuvens carregadas de betão, amotinadas nas urbes sanguinárias e suicidarias, onde o poste é o amparo do novo e velho sem pão na mão ou lágrima no verão. E passou por mim uma ira incontornada, de não poder rasgar todos os panfletos que dizem ser regras nos homens.
Eduarda