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MÃO QUE ESCREVE A DESDITA.

 
Talvez a lágrima não segure a mão que escreve a desdita de todas as teorias, quebradas por enfeites geométricos e traçados nas margens dos rios putrefactos de raízes algemadas de palavras impostas e lamentos desiguais de parada. O areal se desfeita em ferida acossada e o mar se envolve em tempestade faroleira, luz de algum peregrino que atou a ponta das preces e dialogou o Deus, sem oração a declinar. Ouviu a prece dos aflitos, e o mar se acalmou da ira e se tornou liso, sem profundezas míticos ou olhares submersos de loucura. Nesta dualidade entre o homem e a natureza pairam ainda voos a meio tons que não sabem o poiso do lado onde pensam a vida, como obliquidade de todos os passos que desconhecem como razão. Neste momento que passou, passaram árvores e nuvens carregadas de betão, amotinadas nas urbes sanguinárias e suicidarias, onde o poste é o amparo do novo e velho sem pão na mão ou lágrima no verão. E passou por mim uma ira incontornada, de não poder rasgar todos os panfletos que dizem ser regras nos homens.

Eduarda






 
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eduardas
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 04/01/2010 17:17  Atualizado: 04/01/2010 17:17
 Re: MÃO QUE ESCREVE A DESDITA.
Eduarda! Li este texto varias vezes.Tantas são as imagens reflectidas neste texto esplendoroso.
Só me apraz dizer: Soberbo.


Beijo azul