Pegando os cacarecos que são meus,
Os versos escondidos na lixeira,
A boca escancarada e cuspideira
Os olhos sendo opacos são ateus,
Não quero direção, quem dera Zeus,
Pudesse ter a vida companheira,
Carinho escorregando da ladeira,
Dizendo simplesmente a mim, adeus..
No parto dolorido da partida
Aborto se pressente e se deseja,
E mesmo quando o bem pede cerveja
A morte está nas pedras escondida,
Herética poesia que disfarça
Teria essa elegância de uma garça...
Marcos Loures