Orvalho doirado das estrelas
Banha-te e resplandece
Tornando-te anjo terrestre
De faiscantes madeixas...
Olhos de esferas opalescentes
Noite tatuada nas cabeleiras
Neve e marfim são teus dentes
Expostos pelas azuis palmeiras...
Expostos pelas azuis palmeiras
Numa tarde rósea que arde
À sombra boa de uma gameleira
Uma ventania que nos invade
Sacudindo as nuvens escarlates...
Sacudindo as nuvens escarlates
Morada nobre do deus trovão
Que o som é o seu cão que late
E os raios são os seus dedos da mão...
E os raios são os seus dedos da mão
E todo o céu suas vísceras e virilha
Todo o mar cabe em sua barriga
E o universo cabem em seu coração...
E o universo cabe em seu coração...
Um outro poema, em outro dia, outra canção.
Gyl Ferrys