Escrevo cartas
dedicadas a mim,
escrevo palavras tantas
e não vejo um fim.
A vida é simples e deixo
por vezes tanto complicar,
agora talvez até me queixo
das escolhas que deixei voar.
Apenas quero rebobinar
todo o mais pequeno segundo,
quero poder de novo acordar,
renascido, crescido, num novo mundo.
Por isso mesmo escrevo
uma última carta, talvez a primeira
em que a mim dou relevo,
agora a minha escrita é verdadeira.
Não mais me vou ajoelhar
perante a ti nem a mim,
vou me elevar, sem exagerar
ao mais alto ponto, e deixar um PS no fim.