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A sala de espera

 
Aguarda paciente a tua vez
No silêncio de olhares que se interrogam
Nos ruídos de passos que se cruzam

Ainda agora preparando-se para os exames
Relaxam o corpo na cadeira
Na interminável espera

João, Maria e a pequena Monalisa
O velho, a jovem mãe e a criança
Gerações na mesma engrenagem da vida

Nas mãos calejadas, espalmadas
Nas rugas, franze o fronte de dor e incerteza
No suór que escorre, no choro da inocente

És chamada, enfim, uma vez mais sofre
Nos aparelhos a invadir os labirintos do corpo
Na triste sina de ser paciente

O sofrimento parece uma reação em cadeia
No lar insalubre, desnutrição, tipicas da aldeia
Da pobreza, abandono a que está relegada nossa gente...

Ao médico cabe um difícil papel de bombeiro
No combate à febre, à dor, à diarréia, ao catarro
Mas, a saúde e a educação nunca foram prioridade neste país...

AjAraújo, o médico e poeta humanista, em um hospital público infantil em Outubro de 1979.
 
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AjAraujo
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 31/12/2009 11:38  Atualizado: 31/12/2009 11:38
 Re: A sala de espera
Ola poeta

Um poema que me doeu ler pela realidade cruel que nos mostra. Uma das muitas salas de espera deste País sem rumo.

Vou levar

Beijo azul

Feliz Ano Novo