Sòzinha
sempre só no meio do nada,
um nada que me sustenta,
me ordena e me obedece,
que ri e sempre me oferece
a indiferença
em tudo o que me rodeia...
Sòzinha
à procura de um segundo,
um tempo roubado à vida
que me deixe, enternecida
sentir a tua presença,
olhar de frente para o mundo,
sonhar que sou
tua fiel companheira...
Sòzinha
no meio da multidão
que indiferente não vê
estendida, a minha mão
pedindo só um abrigo
no coração de um amigo
que sempre tarda a chegar...
Sòzinha
parto à procura de alguém
que me aceite,
que me diga
que vale a pena teimar,
mas não encontro ningém
que me ajude a acreditar...
Desisto!
Desesperada
volto para o meio do nada.
Mas por milagre do céu,
nesse momento,
no tempo,
teu olhar cruzou o meu!...
Célia Santos