ALMAS MARGINAIS
O direito de viver,
A ninguém ele se nega.
Mas alguém está a morrer,
Porque a justiça é cega.
Eu quero saber qual o futuro,
Que há, para uma nova vida.
Que muito sofreu no duro,
E não vê uma saída.
Mas eu isso não consigo.
Depois de muitas tentativas.
Só consigo ver o castigo,
De tantas almas cativas.
Almas que estão a sofrer,
O peso da amargura.
De não poderem viver,
Por não estarem á altura.
Pois são almas marginais.
Que sem dó, nem piedade.
Sofrem destinos fatais,
Sem direito á liberdade.
Em termos legais e perfeitos,
Nada têm ao seu alcance.
Pois ao viverem sem direitos,
Não tinham nenhuma chance.
E não ter nenhuma chance.
É terrível, é frustrante.
E mesmo que se alcance,
O futuro está distante.
Por nada teres ao teu alcance,
E a sorte já estar lançada.
Na vida, só tens um lance.
Que é o, ou tudo ou nada.
Ou corre mal, ou te safas.
Isso ainda se está para ver.
Mas para isso tu te estafas.
Para conseguires viver.
Por agora, é aqui.
Um dia, será lá fora.
Não foi aqui que nasci.
Um dia, vou-me embora.
Enquanto eu aqui estiver,
Quase morro de saudade.
Mas seja o que Deus quiser,
Se é essa a Sua vontade.
E só tenho que aguentar,
Todo este mau bocado.
Que vou ter que suportar,
Por tempo indeterminado.
zeninumi 6/7/2007
zeninumi.