Tampouco deixarei algum sudário,
Errático, percorro astrais e mares,
E enquanto bebo a luz de teus luares,
A vida vai seguindo o calendário,
O peso do passado, meu fadário
Recebo então notícias; rotos lares,
E as frutas apodrecem nos pomares,
O vento em tempestade é necessário...
Resisto e mal consigo disfarçar
Ainda poderei seguir teus passos,
Espreito, atocaiado, erguendo os laços,
Numa armadilha pronta a te buscar,
Vestígios encontrando vez em quando,
Mas sempre, eternamente te adorando...
Marcos Loures