Quarto escuro, madrugada fria...
Descerro as cortinas e as janelas.
Sopra aromas de flores amarelas
O amor, sempre sorrisos e alegria,
Que me beija a tez morena da face,
Inunda-me e entorpece o olhar
De olhos que minha alma invade
Como vagas, espumantes e tais,
Que olhos meus não viram iguais...
Onde dormia?
Ah! Ânsia danada da espera!...
Desfaço-me, adoeço e morro por ti!
Vontade insana de te dar um beijo!
Cobrir de perfumes os teus cabelos
E, num desvario meu, beber em teus
Lábios mel, que mais doces nunca vi!
Quero beijar-te com os olhos sorrindo
Enquanto a gélida tristeza se consome
Em sonhos de teus olhos caprichosos
Em momentos mágicos voluptuosos
Onde a natureza se embebedou com
Os homens!
Olhos mansos que elevam colossais
Desejos até a abóbada celestial...
Azuis brilhos de beleza coloradas tais
Quais estátuas gigantes de mármore
Em paradisíaco pedestal
Deslumbrando olhos dos pobres...
Olhos pintados a mãos de soberbas
Ornamentações que ornam de bordado
Dos cristais os enfeites dos corações...
Olhos fulgentes dos sóis diamantes,
Esplendorosas luzes deslumbrantes,
Primores sacrossantos realçados
Pelos formatos mais fantásticos
Onde predomina o amarelo nanquim...
O mais precioso tesouro e ornato,
Se ontem me desfiz e hoje me desfaço,
É por que eu não os tenho aqui, olhos
Tais... Juntos de mim!
Gyl Ferrys