Parte-se a alma e o olhar num vento mistral que voa as marés de todas as rimas, numa diagonal perfeita de Infinito, onde o horizonte se abre em mil módulos lunares. Descubro o tempo que abraço sem portadas de arrepio e o fio do suspiro que não me acorda o frio. Canto a gota dos poemas vadios, pêndulo de todas as emoções e agarro os ecos dos amores que não são perfeitos.Denuncia-me o andar que me cobre e contorno o olhar, num semi-círculo sem sobressaltos de janela. Coloquei a cadeira na parede defronte à cama onde me recuso o deitar e sem princípio de mãos, Dispo o laço do pulso e abro o regaço dos segredos que me confiaram no meu final. Aliso todos os casacos ébrios, e repudio os muitos que se atravessam na rua, onde durmo a mãos carregada de mil perguntas.Abro a brecha das maresias onde ecoam as liras incompletas, no encontro com a outra margem que me acolhe na vaga do tempo. Desenho nele todos os inconscientes, todos os olhares dispersos e sem pudores. Agarro a magia da pedra que me sopra o peito e penso a pele que é poesia.
Eduarda