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Adeus...

 
Adeus...

As folhas etéreas já caem das árvores
E o intrépido Sol Nasce com seu esplendor,
Os pássaros já "cantam" um soneto do amor
E minhas infindáveis palavras mais nada dizem.
O frugal já suplanta à margem do prazer
E a vazão da saudade dói demais, invade meu ser.
Porque Deus? O que fiz pra ti? Sempre te "amei"...

O pastor celebra mais uma missa, alguém se foi
E a chuva cai, apaga o lume de esperança
O seu olhar não mais posso ver, aquele que encanta.
E o funesto me procura, me acha, me aterroriza
O seu tocar não mais posso sentir, aquele que imortaliza
E a culpa é constante em meu peito, apenas um não dizer.
Porque Satanás? O que fiz pra ti? Sempre te "amei"...

Deus, dê-me mais um momento, eu imploro
Apenas mais uma palavra é o que peço
Um único dizer é o que preciso
Você me deve isso, sempre te amei,,, Para quê?
Vira-me as costas agora? Bastardo inerte!
Tira-me daqui, esse corpo imundo que me deste.

O amor não mais existe, você não vive mais...
Deus não está em mim, foi ele quem te levou
A esperença não mais existe, você não vive mais...
A tristeza se aloujou em mim, o único sentimento que sobrou
Um diminuto de amor não mais existe, você não vive mais...
O sudário já escasseou, ele nunca existiu
Você não vive mais... Não vive, só um sentimento vil.

Satanás, dê-me mais um momento, podes?
Apenas mais um dizer... Dará?
Uma palavra apenas, diga, dirás?
Tudo bem, não me deves, nunca te amei...
Não entende o amor, e nunca entenderá.

Eu não amo mais, não tenho a quem amar
Eu não sorrio mais, não tenho para quem sorrir
Eu não choro mais, não tenho mais lágrimas a chorar
Eu não sangro mais, não tenho você, por quem sangrar?
Eu não tenho fé, para quê acreditar?

Amplidão de dor é o que sinto
Dê-me gládio, para findar essa ferida
Na qual causou ao partir desta vida
Amo-te, sempre amarei, não esqueça;
O precito volta, antes que esvaeça
Quero-lhe dizer algo que jamais disse

Eu quero viver sua vida
Eu quero sentir o que sente
Eu quero sangrar o que sangra
Eu quero escrever o que pensa
Eu quero você como jamais tive
Eu quero crer como você crê
Eu quero morrer para te encontrar
Eu quero poetar para essa dor findar

Desculpe-me Deus, te ofendi?
Não era minha intenção, te perdô-o.
Ouça a ária do esquecer, como ouvi
Desculpe-me satanás, te ofendi?
Não era minha intenção, te absolvo
Ame uma única vez, como amei
Desculpem-me a todos que leram a elegia
Esse poema foi escrito para um único dizer
Adeus...

Fábio Wilson Rezende (Stacarca)


"Amar-te é ter a certeza que morrerei por um propósito;"

 
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Stacarca
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