Meu coração está longe se longe
estás. Meus segredos levaste-os
tu, no colo do teu regaço
e eternizaste meus pensamentos,
na memória de tua Boaventura.
Hoje aqui sozinho em pleno Natal,
agarro-me ao bem-querer,
para te clamar nesta noite fria.
Tudo o que separa a minha solidão
é saber-te aí, agora, já, presente
nessa tua candura de sorriso sempre
aberto, a quem o entende como eu.
Assim nunca estou só em verdade
e em cada invocação trago-te linda
para o meu lado e toda a lonjura de
outrora se faz presente em meu coração.
Longe do corpo perto de minhas mãos,
num abraço que há-de correr mundo,
nos achegaremos cheios de vontade
de matar esta saudade que nos aflige.
Jorge Humberto
25/12/09