Por onde passa a Barba Branca?
Largos eram os caminhos das gentes que adoravam o Natal, estreitos são os bolsos!
Quentes eram as rabanadas, a aletria e o leite-creme, frios são os presentes!
Amenos são as crianças que fazem birra por tudo ou por nada,
Levam logo umas chapadas no rabo aquecendo assim a falta de esperança!
Não estamos em tempo de fazer créditos, dizem quem percebe que longe está a mudança…
E eu que adoraria voltar a ser criança, nada me preocuparia a não ser certas notas,
E eu que sou adulta em meia-idade no princípio deste século, preocupa-me é não andar
Com as botas rotas…
Ter um futuro diferente? aí que sonho, e o que sonho? Não sonho, por isso não vejo a diferença.
Mas que interessa? O pai Natal anda ocupado, os sacos até não são pesados…
Os presentes não são o que quero, e o quero não se dá, nem se compra!
Mas as palavras…
Oh as palavras doam-se, elas aumentam vejam o vosso e-mail,
Está carregado nem os conseguimos abrir…
Janelas e mais janelas abertas tudo para abrir um e-mail de alguém que se lembrou de mim…
Com música, sem música.
Com imagens bonitas, luzes de pinheirinhos e outras piscadelas..e piscam, e piscam
Abram, abram logo antes que se esgote o tempo, é hora de ver quem nos ama.
Pois quem não vos ama, nem se lembra de nós…
Mas não abram os e-mail que não são para vós, aqueles que nós enganam!
Queixem-se depois…Lá se vêm as tentações…
Já não há homens de barba branca.
Iolanda Neiva
(muitas vezes falo só para mim,
e escrevo para que alguém me ouça)
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