"Olhos oblíquos de cigana
Sorriso e lábios de jasmim
Que só nasce em alta montanha
Mas que aflora é só para mim!
Voz de serenata que me chama
A tudo que disser é sim
Não é uma coisa muito estranha
Ter um amor que não tem fim?
(Gil Ferrys)
O que foram aqueles olhos para mim?
Foram forças novas, estranhas e desconhecidas
Vagas vermelhas, volumosas, espumantes e envolventes
Nuvens beges esbranquiçadas, vagando, ociosas,
Num dia de sol...
Pequenas porções peroladas num mundo todo azul
Areia amarelada transmutada em cristais do Saara
Esmeraldas brotadas do fundo do Rio das Velhas
Eram fogo e mel, eram o bálsamo, o travesseiro do
Meu espírito...
E o que foram aqueles cabelos?
Foram a base, o alicerce sólido de um ninho
Quente e seguro; a colcha aveludada e aconchegante
Onde pude, enfim, desfalecer, por um instante
Quando em meu coração era um eterno inverno,
De dor e sofrimento...
Foram as cordas por onde eu, náufrago, me agarrei...
A embarcação libertadora da ilha de Sancho onde
Encontrava-me perdido...
O fim de uma noite sem sono, quando pude, enfim, dormir...
E quem era ela?
Simplesmente
Eras tu, Gabriela!
Te amo! Eternamente!
Gyl Ferrys