Tardo-me nesta solicitude
onde coloco as mãos
numa forma de prece
e abranjo-me neste final.
Pelo meio fica o poeta
gemendo, contornando-se de dores
alheias, cósmicas,
e rotula-se como porta giratória.
O vento aguarda o resto,
sem equação, sem destino de metafísica
recolhendo o refrão como casaco.
Dobram-se as mangas
e os casacos negros do poemas
até que avidez se desgaste a cada canto.
Eduarda