Pergunto-me o que fazer quando crescemos
No meio de almas plenas
De palavras que nunca são pequenas
Onde o único alimento é o sentimento.
Pergunto que fazer…
Quando a paixão aclama
O amor implora
O ódio se faz sentir.
Quem somos? Porque somos?
Seremos todos documentos sacros revelando segredos antigos…
Ou serão os nossos olhos apenas um reflexo tímido
Que traduzem em versos algo
Que nunca teremos a coragem de dizer…
A nossa rota é sempre vazia…
Os caminhos sempre sem rumo
A estrada sempre empoeirada
Somos o tudo no meio do nada
Somos o que parecemos
Não o que queremos
Porque existem sempre lenços na mão
Na hora da despedida
Ou lágrimas de angustia… no adeus
Se neste circulo o nosso rumo é todo igual?
Porque matamos,
Porque se vestem de negro as viúvas
Porque choram os velhos
Porque desesperam, se nascemos com a certeza de que:
“És pó e ao pó tornarás” Gen 3:19
Somos eternos navegantes
Sem porto de abrigo
Sem um amor sentido
Nascemos em dor,vivemos na incerteza…morremos no medo.
Somos ciganos do tempo que nos resta
Sem eira nem beira caminhamos pelo tudo
quando o que nos resta é nada.
Somos… porque nascemos.
E até ao nascer somos pequenos!
Ana Luar