Na tua pele rasgo o meu silêncio e em gemidos solto o que está adormecido em mim. Na tua pele invento o meu olhar e quebro em vertigem as mágoas da distância, fito-te, miro-te, empurro os meus olhos sobre a tua macia pele que nunca esqueço.
Na tua pele já contei mil histórias e amanheci os receios de te perder, na tua pele já li mil poemas já escritos e ainda por escrever e entrelacei a minha alma nas letras que os poros do teu corpo soltam às centenas, fui-me em ti mais do que lembrança de amantes.
Na tua pele despi as palavras e os significados que nunca lhes soube dar, rompi as pegadas do ainda nunca feito e balancei no ainda por sonhar. Na tua pele eu encontro a minha casa escondida sobre o manto de pureza, no meu jardim deitado o teu corpo nu pronto para o descobrimento. A descoberto eu deixo tudo o que se esconde na magia quase impossível que a tua pele emana, a tua pele é a paisagem e o horizonte.
Os sulcos da tua pele escondem mil aromas e montanhas de beijos que ainda não te dei, escondem os silêncios que rasgo na tua pele…
Na tua pele encontro a minha morada, um rumo, um norte, um fim desta estrada estranha que é a vida. Só na tua pele, em mais lado nenhum, eu descubro-me por inteiro em gritos de prazer que a alma solta sem demora. Só na tua pele escrevo uma epopeia... não me importo de me deixar permanecer assim, só na tua pele, uma vida inteira…
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Na geografia da tua pele... O mundo escondido, sossegado, rasgado com os meus silêncios.
. façam de conta que eu não estive cá .