Agora eu escrevo com a boca,
Rabisco umas palavras pra você.
Se apagará o que escrevi se eu ficar mudo?
Se minha boca assovia já fiz letra e melodia.
Não fique triste .. não!
Não vou deixar meu acordo intimo com o lápis.
Só vou te rabiscar umas palavras baixinhas,
Iguais aquelas escritas no rodapé do caderno
Torcendo pra folha não acabar.
Vou te assoprar, mais não se assuste.
É só pra sair os farelos de borracha
Pronto agora a página ta limpa.
Acho que vou te amassar mais não
Vou jogar fora não
É só pra você caber no meio das paginas de um livro
O meu livro do Quintana!
Aquele que escrevi varias vezes nos seus ouvidos
Baixinho como se fosse uma escrita intima.
Nossa!!! A folha da memória não acaba nunca.
Minha cara amiga, vou ter que apontar as idéias.
Não posso rabiscar qualquer coisa com a boca.
As palavras são escritas à caneta.. não se apagam!
Se passarmos corretivo só vamos afundá-las no papel.
O melhor mesmo é só dizer poemas, pra poder viver
A vida assim como um romance de Shakespeare.
A folha da vida e muito delicada não concerta borrões.