Olho o teu sorriso, parece uma lira branca. Por ela passa o sopro dos pulmões, fole orgânico criador de brisas transformadas em hálito fresco. O teu som sai natural, envolve o sorriso, transforma a brisa em palavras. Não oiço, leio os lábios, deitada na relva, mostras o teu sorriso fresco, flores são colhidas à passagem do ar soprado por ti, desmaiam com a tua frescura. Misturas-te com perfume do jardim, quando falas o teu cabelo mexe, mexe comigo. Não consigo ouvir-te não sou capaz a tua beleza distorce as palavras, só sinto as vibrações, danças respiratorias em adoração à vida. Depois de ver-te, trago-te para casa, continuas deitada no meu pensamento. sei o que disseste, sei o que querias dizer e não disseste. A tua beleza, iluminou-me, principalmente o teu sorriso, quando balançavas inocente, os teus cabelos eram tempestades serenas, revolvidos em espirais, apareciam elipses oscilantes, rolos de cabelos agrupados em ti. Mas da tua voz, sinto a falta, não pelas palavras ,mas pelo arrrepio na alma, tocada pela brisa que sopra de ti trepassa o sorriso e cola-se ao coração, bate, acelera, sente-se vivo, alimentado pelo oxigénio soprado por ti. Fico sem palavras, reparo que o coração dança enrolado na musica moldada pelo teu sorriso, no ajuste da tua entrada em mim.