Poemas -> Amor : 

Paralelos inexactos

 
Sei-te num vértice
de um gesto meu,
tão longe e tão perto
que um poema
o pode cativar de ternuras.

Porém, o medo sucumbiu
na acidez do distante,
e por instantes paralelos
o inexacto uniu as margens
em vertigens do meu leito
- e tu, no extremo
era o vazio comum à erosão
num olhar que não sabe mentir…

Talvez tenhas sido também
a ave por mim ferida
caída no espaço morto
de neutralidades,
na colisão de alguns sentires
mais incrédulos do querer,
que a razão de os saber
alastra pela insónia…

Mas na igual subi tez
de não saber
no tacto dos meus sonhos,
assim retornas
também,
ao cume dos meus braços quentes
em que somos amantes
das manhãs,
na aurora de um amor
que nos algema e une…
 
Autor
José António Antunes
 
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Enviado por Tópico
Alexis
Publicado: 16/12/2009 20:00  Atualizado: 16/12/2009 20:00
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 Re: Paralelos inexactos para josé antónio antunes
gostei de te ler...
são tristes esses medos,essas erosões,esses desencontros.
abraço,
alex

Enviado por Tópico
antóniocasado
Publicado: 16/12/2009 23:52  Atualizado: 16/12/2009 23:52
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 Re: Paralelos inexactos
Ola

O inexacto abriu as margens, porque elas próprias carecem de exactidão, ou será que é mistério? De qualquer forma as papoilas ainda não romperem, excepto no calor do amor que este poema revela.

antóniocasado