algo evolui recôndito
algo meu mas também além de mim
não que meu eu seja conspícuo a ponto de se enquadrar em qualquer coisa que eu dê nome e considere aquém de mim
evolui como a planta do espírito do mundo
floresta impenetrável no coração de cristal da vida
e eu sou talvez uma gota de chuva
e ou o barro em que ela se verte e reverte
este algo em mim além de mim
de que não consigo nem posso me imiscuir
esta encefalografia
reverbera um linguajar de chakras
e cabe a nós o silêncio honorífico
não o fim das palavras
senão o riso estapafúrdio da erudição
cabe a nós suportarmos nosso próprio peso
devagar e sempre como se diz
a conquista irrefreada dos sentidos
a condução de nossas síncopes
e vencer à morte no xeque-mate imprevisível
cabe a nós a usurpação de toda nossa mesma energia
a cada um de nós, cada um de nossos irmãos solares
da ameba tirânica à águia tranqüila
a cada qual cabe seu mesmo processamento neste tal instintivo sentido
e não de se desesperar claro que o humanóide nesta estória o único alienado deste plano em anomalia
afinal um jovem traduzindo em português sua ressonância de magenta e púrpura
um que se afirma desdobramento duma transubstanciação completa
cientificamente embasado em ninharias suficientes
ombros ao vento como velas ao mar
e então uma tal tafera parece novamente demasiado inaudita
talvez
ah da densidade
da imensidão
cores em ignição!