Começo esta minha intervenção por vos agradecer a todos por estarem aqui presentes.
Este é um dia especial para mim, dia que realizo um sonho que nunca tive. Passo a explicar…
Nunca foi minha pretensão editar um livro. Na verdade, até há cerca de dois anos, nem sequer pensava em escrever ou publicar textos meus, fosse em blogues ou onde fosse. Acompanhava alguns blogues, lia aqui e ali textos que me interessavam e lá deixava a minha opinião, quando me apetecia.
Estão aqui hoje, neste auditório, algumas das pessoas que me levaram a dar os primeiros passos nesse sentido.
A Vera Sousa Silva foi talvez das primeiras pessoas a fazê-lo, quando me disse, numa livraria aqui bem perto, que gostava de ler os comentários que eu deixava nos textos publicados no site luso-poemas e que tentava lê-los a todos, tendo terminado a perguntar-me porque é que não tentava escrever um texto independente. Lembro-me, na altura, de pensar que esta conversa não fazia sentido algum, porque, ao contrário da Vera, eu não escrevia.
Hoje, dois anos mais tarde, a Vera continua a ser quem mais força faz para que eu continue a escrever, apoiando-me incondicionalmente e corrigindo os meus textos. Vera, soa a muito pouco dizer-te obrigado, quer pela amizade que nos une, quer por tudo quanto fazes.
Aqui ao meu lado, está sentado o Paulo Afonso Ramos. Antes de ser editor, é, e será sempre, um amigo. Um amigo daqueles com quem se conta desde a primeira hora. Também ele é um dos responsáveis pelo iniciar, do meu percurso literário (se é que se pode chamar assim), cabendo-lhe a árdua tarefa de, em conjunto com a Vera, fazer a correcção dos meus textos e de me incentivar a escrever. Obrigado Paulo porque, sem ti, não estaria sentada nesta mesa como autora.
Para poder estar aqui hoje, neste lugar, há muita gente a quem devia agradecer. Pessoas que acreditaram, antes de mim, que ainda tenho dúvidas, nas minhas capacidades para a escrita e que me diziam que, um dia, ainda haveria de editar um livro. É quase impossível nomear toda a gente, por isso que me perdoem aqueles que não mencionar.
Quero ainda agradecer ao António e à Manuela. Primeiro porque, num domingo qualquer, há onze anos atrás, estiveram uma tarde na minha casa a instalar o modem de acesso à Internet no meu computador, bem como alguns programitas. Dei, nesse dia, os meus primeiros passos nesse mundo maravilhoso que serve de base ao meu livro. Foram também eles que me deram o apoio imprescindível para que este livro saísse das minhas mãos com o que eu entendia ser fundamental. Ajudaram-me na minha pesquisa e corrigiram-me sempre que foi oportuno.
A internet é um mundo maravilhoso do qual, hoje em dia, quase todos usufruem. Em 1998 ainda não era assim. Foi nesse ano que, através da internet e dum programa chamado ICQ, conheci o autor da foto da capa, Miguel Pais. Obrigado marido pela tua paciência e por teres conseguido fazer a capa perfeita. Só a foto da capa, para mim, já vale o livro todo. O Miguel é, comigo, co-autor de duas crianças lindas, a Margarida e o Martim, que estão aqui hoje e a quem mando um beijo especial.
O mundo gigantesco da Internet não pára de surpreender. Umas vezes de forma negativa (e lembro-me aqui, por exemplo, de que foi por e-mail que soube da morte dum amigo, real e virtual, que tinha conhecido através do ICQ, o Paulo Pires, que, acredito, gostaria de estar aqui hoje) e outras vezes de forma positiva. Isto para vos dizer que foi também através da internet, e por um feliz acaso, que conheci o Ivo, que apresentou, de forma magistral, o meu livro. Logo que o conheci, pedi-lhe que fizesse esta apresentação porque, tal como o João Sortudo, também eu acredito que, "quando um coelho está numa encruzilhada deve procurar a opinião de outros coelhos com mais experiência e sucesso no assunto em causa”. Foi o que fiz. Deixem-me aqui abrir um parêntesis para vos explicar que o João Sortudo é um coelho e que é a personagem principal do último livro do Ivo – Um Coelho Cheio de Sorte – cuja leitura recomendo vivamente. Obrigado Ivo.
Ao Pedro Batista, também conhecido por Xavier Zarco, amigo e editor, apesar de ausente, tenho também de lhe agradecer por ter acreditado neste projecto e por não o ter deixado cair no esquecimento. Obrigado Pedro porque, sem ti, não estaria aqui sentada nesta mesa, como autora.
Implicitamente, e ao agradecer aos dois editores, o Paulo e o Pedro, estou também a agradecer à Temas Originais. Uma editora nova mas que se tem estado a afirmar no panorama editorial português. Passo a passo, dando oportunidade aos autores de realizarem o seu sonho, vai espalhando, por livrarias em quase todo o país, o resultado desses sonhos. São livros excelentes, a maioria em poesia, mas que também conta, no seu catálogo, com outras vertentes literárias.
Toda a minha família, avós, pais, tios, irmãs, soube sempre da minha paixão pela leitura, que nasceu ainda muito nova, quando frequentava a primária. Tenho de lhes agradecer terem incentivado essa minha paixão, porque, se hoje escrevo é porque também leio. Já agora, e porque falo na família, agradeço também às minhas irmãs, Mónica e Marta, e às minhas tias Lucília e Isaura pelo cocktail de hoje. Ainda na vertente familiar, faço aqui uma menção especial a duas pessoas que já não se encontram entre nós. O meu cunhado André que ainda soube que este livro ia nascer mas que, infelizmente, faleceu antes de o poder ver, e o meu avô Manuel, falecido há sete anos, e cuja história de amor, com a minha avó, serviu de mote ao primeiro texto que escrevi – Momento Oportuno. Sei que ambos ficariam satisfeitos de aqui estarem hoje. Sei que eu gostaria que aqui estivessem.
Este livro, como facilmente percebem pelo título, é sobre um pouco de mim e de nós, os que desfrutamos desta mais-valia conhecida como Internet.
“Vida na Internet” nasceu dum desafio. Porque não passar a escrito as minhas experiências enquanto internauta e visitante assídua de blogues e sites. Aceitei fazê-lo mas quis que, além da minha visão enquanto utilizadora, o livro tivesse informações que permitissem, a quem se sente quase infoexcluido, perceber do que se fala, quando se recorre a termos como posts, sites, blogues, etc.
Tentei também abordar temas polémicos, quer na Internet, quer no chamado mundo real, como o plágio e o sexo, assim como temas mais consensuais, como os blogues e o mundo que os rodeia.
O meu objectivo foi tentar juntar as informações úteis que já referi, com algumas histórias vividas por mim e por amigos meus, enquanto internautas, na esperança de conseguir cativar o leitor para que leia esta “Vida na Internet” com entusiasmo e que encare a utilização da internet como um factor positivo.
Sinceramente, diverti-me enquanto o escrevia. Espero que também se divirtam a ler.
Este foi o meu discurso de ontem, dia em que lancei o meu primeiro livro. Aproveito a oportunidade, aqui e agora, de agradecer também a alguns luso-poetas.
Ao José Torres, porque sempre acreditou que eu sabia escrever, mesmo antes de eu o fazer. Insistiu tantas vezes para que o fizesse de uma forma criativa e não para comentar os textos dos outros e transcrever lendas antigas, que acabei por o fazer.
À Fly, ao António MR Martins e à Luísa Martins, porque sempre acreditaram que eu iria editar um livro, antes mesmo de eu própria acreditar.
À Rosa Maria Anselmo, Sandra Fonseca e Amora por me incentivarem a escrever.
E a todos os que me lêem, obrigado por o fazerem.